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ENTENDA A QUESTÃO DO ABATE DE CAVALOS PARA CONSUMO DE CARNE


Já em 1961 o Deputado brasileiro Campos Vergal tentou a proibição do abate de cavalos em território nacional junto ao então Presidente Jânio Quadros, sem sucesso.

No Brasil, a venda de carne eqüina é permitida por lei, mas o consumo é ínfimo, ao passo que o volume das exportações cresce continuamente, principalmente com destino ao Japão, Holanda, Bélgica e outros países europeus. Para atender ao mercado externo, que procura carne desossada, congelada e vísceras, ao mesmo tempo em que o mercado interno, que absorve subprodutos tais como couros, ossos e crinas. Os couros são vendidos no mercado interno ou exportados; as tripas são vendidas a fabricantes de lingüiça. Na Europa, as tripas de cavalo são muito utilizadas na indústria de salsicharia, intestino delgado, como o envoltório ideal para embutidos de primeira qualidade; o intestino grosso, devidamente preparado, é usado como envoltório para mortadela. Na Alemanha, as tripas de cavalo são vendidas secas; fígado, o sangue seco e algumas glândulas, são adquiridos por laboratórios fabricantes de medicamentos; as crinas são utilizadas por indústrias de escovas, pincéis e entretelas; os ossos e os cascos, depois de moídos, são incorporados a adubos.

Em 2002 funcionavam no território nacional 07 matadouros frigoríficos especializados no abate de eqüídeos, distribuídos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.

O total de frigoríficos autorizados no abate de eqüídeos no Brasil atualmente – que, além de eqüinos, inclui mulas e asnos – passou para apenas três: um em Minas Gerais (Prosperidad, antigo Pomar), um no Rio Grande do Sul (o Floresta, em São Gabriel) e outro no Paraná (o Oregon em Apucarana). O Brasil ocupa a oitava posição no ranking dos exportadores mundiais de carne de cavalo, de acordo com o Ministério da Agricultura, e está perdendo participação de mercado com a maior oferta dos países europeus.

No Brasil, não há sentido na criação de eqüinos somente para produzir carne. Assim, depende-se dos descartes; quando animais não são mais aproveitados para outras funções,quando se desiste de amansar determinados cavalos, quando são afastados do trabalho como animais de tração ou da reprodução. Ou seja, animais de descarte. Toda a produção é realizada através da compra de cavalos machucados durante provas de corrida ou em carroças e outros trabalhos forçados ou de cavalos velhos demais para realizar as tarefas que seus donos os forçam. Normalmente lotes de 20 a 30 animais com idade média de 12 anos.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, as exportações brasileiras passaram de US$ 34,1 milhões e 19.100 toneladas, em 2005, para US$ 6,772 milhões e 2.375 mil toneladas em 2012. A carne vai, basicamente, para França, Itália, Bélgica e Japão. A maior parte da produção do Brasil, 99%, é exportada para outros países, da Europa, principalmente Bélgica e Holanda, além de África do Sul Japão, China e Rússia.

Entre 2000 e 2008, ainda de acordo com o ministério, no auge dos embarques nacionais, o Brasil enviava para países como Japão, França, Bélgica, Holanda, Países Baixos, além da Itália quase dez mil toneladas de carne eqüina, e faturava em torno de US$ 27 milhões. Em 2011, o Brasil vendeu pífias duas mil toneladas, e no ano passado, que sinalizava o início de uma recuperação, 14% a mais. Os cavalos atletas não entram no corredor do abate, devido ao uso de medicamentos.


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