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Desproteção Animal

TERRA DE NINGUÉM, um termo interessante a considerar quando o que esta em jogo é a proteção animal. Até mesmo o termo proteção poderia ser questionado, dando origem a inúmeras considerações.

Mas “TERRA DE NINGUÉM” se refere principalmente, quando se fala de proteção animal, a duas situações principais: o status jurídico dos animais em nossa sociedade (e suas consequências) e ao espaço ou local onde ocorre toda e qualquer tentativa ou projeto visando a proteção destes seres vivos.

É devido a seu status jurídico (não serem considerados pessoas não humanas e em alguns casos nem mesmo seres sencientes) que os animais não são contemplados por diversos dispositivos legais de proteção. É por causa dele que as leis existentes são mal e pouco aplicadas e devido a isso também exerce influência ainda que de forma indireta nos hábitos e no comportamento da sociedade para com eles.

Porém, mais importante, esta deficiência de status jurídico, leva a uma das mais perversas formas de DESPROTEÇÃO ANIMAL.

Ela atinge principalmente o animal abandonado, de que tipo for, pois não são apenas cães e gatos. E em segundo lugar afeta de forma menos óbvia os animais que tem “dono” (tutor) sob a forma de exploração e maus tratos. Queremos destacar aqui o primeiro caso. O animal abandonado esta na TERRA DE NINGUÉM – especialmente por estar nas ruas e juridicamente pela falta do mínimo de proteção que lhe seria conferida por um lar e um tutor (sendo eles descentes). Mas eles também estão na TERRA DE NINGUÉM em outro sentido: eles padecem de vulnerabilidade não apenas aos que abusam e maltratam, mas estão vulneráveis aos “protetores” ( proteloucos, acumuladores exploradores que visam ganhar dinheiro com eles, falsos protetores que os mantém em situação de negligência e maus tratos diretos ou indiretos, tais como agressões, falta de tratamento e higiene e confinamento)

Estas criaturas são ainda vitimadas por outra versão da TERRA DE NINGUÉM: são o inocente objeto de disputas, brigas e as mais surpreendentes formas de rivalidade entre protetores de todo tipo e ativistas de orientação as mais variadas. Vítimas de vaidades e desejos de atenção egocêntricos, questões éticas diferentes defendidas em geral no campo virtual. Estes teóricos, praticantes ou não seus teorias (muitas vezes justas e corretas) as que acabam pó perderem-se em disputas e intrigas nesta TERRA DE NINGUÉM.

Estes seres indefesos se tornam o objeto e a desculpa pra inimizades e calúnias claras ou não, cujo foco se desvia da proteção real à qual deviam se dedicar e passam para cobranças e campanhas de desqualificação entre pessoas. São usados para disputas de cargos, popularidade e seguidores, muitas vezes até por pessoas que pregam união e esclarecimento, Os animais passam assim rapidamente para segundo plano, nesta TERRA DE NINGUÉM que é a mídia e as redes sociais. Pessoas que pregam ética, harmonia e inclusão, mas que acabam por tratá-los como seres secundários em suas buscas egoístas e irresponsáveis por popularidade a qual não vai além do discurso vazio.

A modernidade e a evolução científica trouxeram muitos avanços para melhorar a capacidade humana de promover a proteção real e efetiva dos animais, mas ao mesmo tempo os atirou neste limbo causado por estudos superficiais e mal compreendido onde os termos são pomposos, mas o conhecimento pequeno.

Apareceu a nova espécie de protetor real e nova classe de aproveitadores, escravos cegos de ideologias e ainda mais egocêntricos, algo surpreendentemente desagregadora e difícil de desmascarar que agora assola o meio da proteção e do ativismo pelos direitos dos animais.


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