O que é FIV?
O que é a imunodeficiência felina ?
(contágio pelo vírus FIV)
Isolado pela primeira vez em 1986 por cientistas norte americanos, o vírus da imunodeficiência felina (FIV) é um retro vírus do gênero Lentivirus (fica muito tempo incubado) da família Retrviridae ( descrito em 1987 por Peddersen em um gatil no qual todos os animais foram negativos par...a FeLV mas apresentavam sinais de imunodeficiência) tal como o HIV.
A maior parte dos felídeos são susceptíveis ao FIV, mas os humanos não.
O FIV é endêmico(prevalência da infecção de acordo com a região geográfica) nas populações de gatos domésticos em todo o mundo
Fora do hospedeiro o FIV perde rapidamente a capacidade de infectar
sendo susceptível a todos os desinfetantes incluindo o sabão comum
Infecção
Os gatos infectados por FIV podem dispor de uma longevidade tão extensa como a dos gatos não infectados
Transmissão
A maior parte das infecções por FIV são originadas por mordidas uma vez que o vírus esta presente na saliva. O vírus também esta presente no sangue , soro,plasma e no liquido cérebro-espinhal. Aparece em quantidades bem menores no sêmen e no leite.
O risco de transmissão é baixo em casas com gatos socialmente bem adaptados. O contato casual e não agressivo entre felinos parece não ser suficiente para o contágio.
O contágio das crias através da mãe pode ocorrer sobretudo se a
fêmea estiver em infecção ativa. A transmissão pelo leite pode ocorrer se as gatas forem infectadas durante a gestação.A transmissão por via transplacentária ou pelo colostro é pouco freqüente.
Gatos infectados com FIV ficam permanentemente infectados apesar de possuírem a capacidade de desenvolver anticorpos e respostas imunológicas(estágio latente)
Grupo de Risco
Animais não castrados, principalmente machos de vida livre,geralmente agressivos,em geral em idade superior a 6 anos, são mais suscetíveis, devido à combates e ferimentos por mordidas.
Estado de saúde inicial do animal já enfraquecido.
No Brasil já foram detectados por meio de exames de sangue, a presença do vírus em gatos domésticos e de rua em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Grais
Gatos de abrigos com alta densidade populacional também estão mais predispostos, principalmente pela circulação de agentes virais do complexo respiratório felino.
Gatos de colônias públicas mal gerenciadas, onde não castração regular, melhor alimentação e algum tipo básico de atendimento de saúde.
Diagnóstico
O diagnóstico depende da detecção de anticorpos específicos no sangue do animal.
As técnicas utilizadas para a detecção dos anticorpos são:
Imunofluorescencia indireta (IFA)
Imunoenzimático (ELISA)
Radioimunoprecipitação (RIPA)
Técnica de Western Blot (WB)
Reação em cadeia de polimerase (PCR)
O Western blot é a referência universal em testes laboratoriais para serologia de FIV
Testes PCR (para ADN pro viral) variam a nível do desempenho porém é mais indicado quando o animal não apresenta anticorpos após a infecção por longos períodos
Existem testes rápidos (10min) – teste ELISA usando kits comerciais - feitos nas clinicas mas podem ocorrer falsos positivos de modo que se recomenda re-exame em laboratório para confirmação.
As mãe podem transmitir anticorpos (não necessariamente a doença) aos filhos pelo leite que irão ter falso positivo até vários meses após o desmame.
Filhotes com menos de 6 meses com resultado positivo devem repetir o exame de 60 em 60 dias até os 6 meses.
Crias de fêmeas infectadas com FIV podem apresentar resultados
soropositivos devido a anticorpos maternos persistentes e deverão
ser novamente testadas às 16 semanas( 4 meses) de idade.
Excepcionalmente, as crias podem permanecer seropositivas até aos 6 meses de idade.
Se há alguma suspeita ou probabilidade de ter havido infecção (por exemplo: pertencer ao grupo de risco) um teste que de resultado negativo deve ser refeito.
Os anticorpos são detectáveis apenas de 8 a 12 semanas após a infecção
Estágios clínicos da infecção pelo FIV:
Estagio I: fase aguda
Caracteriza-se por febre com duração de vários dias e leucopenia (baixa no número de leucócitos), que dura de 4 a 9 semanas.Muitos gatos passam por essa fase sem sinais clínicos da doença; ocasionalmente podem apresentar sepse, anemia, diarréia.Este estágio é dificilmente diagnosticado nos gatos infectados.
Estágio II: portador assintomático
A maioria dos animais sobrevive à fase aguda da infecção e evolui para a fase de portador assintomático por um longo tempo.
Estágio III: persistente linfodenopatia generalizada
Manifestação clínica de linfodenopatia(infecção de todos os linfonodos do corpo por via sanguínea) generalizadas
Estágio IV:
É denominado complexo relacionado à AIDS.Manifestam doenças crônicas dermatológicas, respiratórias e entéricas; gengivites e periodontites, perda de peso, otites extremas,abscessos,feridas de difícil cicatrização,febre,alterações hematológicas,câncer e doenças neurológicas
Estágio V(terminal)
Desenvolvem doenças potencialmente letais como linfoma, insuficiência renal ou criptococose, anemia que não responde ao tratamento,hipotermia e esgotamento das funções orgânicas
Outros sinais clínicos que podem ser observados:
Os gatos infectados podem aparentar ser sãos durante anos. Mas quando infectados, a imunodeficiência gerada impede que tenham capacidade de se defender contra micro-organismos existentes no meio ambiente, que são normalmente inócuos quando o sistema imunitário é normal, como bactérias, fungos e protozoários.
Podem apresentar distúrbio do sistema nervoso central causando reflexos diminuídos,resposta pupilar retardada,distúrbios do sono, alteração de comportamento e tremores
Doenças oftalmíticas como uveíte e glaucoma
Estatisticamente gatos infectados tem 5 vezes mais probabilidade de desenvolver leucemia e linfoma do que os não infectados
É um fator de elevação de rico para contrair PIF (peritonite infecciosa felina (Letal))
Seu Gato tem FIV: o que fazer?
De acordo com vários estudos, um gato infectado com FIV pode viver muitos anos com saúde e vir a morrer de causas não relacionas à infecção.
Normalmente um FIV positivo possui um expectativa de vida em média de 5 anos após o diagnóstico.
Deve-se evitar que sai à rua onde poderá contaminar-se com bactérias e ecto e endoparasitas.
Deve ter boa nutrição com rações felinas de alta qualidade, água abundante e filtrada, devendo-se evitar dietas caseiras a base de carne ou leite, assim como alimentos crus.
Calendário de consultas regulares que não devem ultrapassar os 6 meses de intervalo.
Assegurar um exame clinico completo e meticuloso.
Exames de sangue, bioquímica
sérica,perfis renais e hepáticos e análise de urina.
Uso de drogas imunoestimulantes como o interferon humano e o inetrferon felino(este ainda não disponível no Brasil).
Controle da doença
Em abrigos, os gatos deverão ser albergados individualmente para evitar infecções cruzadas (no mínimo, gatos FIV positivos deverão ser separados dos restantes)
Interferon humano
Interferon felino omega ( não disponível no Brasil, somente no Japão)
Medicamentos imunoestimulantes
Medicamentos anti-virais
Pode ser utilizada a AZT (azidotimidina), mas poderão ocorrer efeitos secundários
A cirurgia é bem tolerada por gatos infectados com FIV assintomáticos,
mas deverá ser utilizado um tratamento peri operatório antibiótico em todos os casos
Deve ter-se cuidado para evitar a transmissão iatrogénica do vírus(por exemplo, através da descontaminação de instrumentos cirúrgicos utilizados em gatos seropositivos)
Recomendações de vacinação
No momento, não existe nenhuma vacina para o FIV disponível comercialmente na Europa ( há uma experimental nos EUA)
A vacinação contra agentes patogênicos comuns pode ser considerada para gatos seropositivos saudáveis mas não é recomendada para gatos doentes infectados por FIV
A vacinação destes animais ainda gera muitas discussões, acredita-se que a resposta à imunização é semelhante em soro-positivos e não-positivos, mas o recomendado é não usar vacinas com vírus-modificados, e o programa de imunização deve conter apenas vacinas essenciais para o determinado paciente
Os gatos não deverão ser eutanasiados com base apenas num resultado
de teste positivo para o FIV.