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ANIMAIS DE COLÔNIAS PÚBLICAS E FOGOS DE ARTIFÍCIO

Fim de ano é tempo de fogos de artifícios em diversos lugares. Quem tem animais de estimação conhece os problemas que o barulho causa, mas nem sempre se está atento ao drama que este espetáculo causa em animais de rua, colônias publicas de animais, e animais selvagens e silvestres. O problema, porém, é tão bem reconhecido pelas autoridades, que é proibido soltar fogos ema áreas de reservas naturais. Vemos em muitos lugares petições públicas referentes aos problemas causados pelos fogos, pedindo que sejam abandonados em favor da vida e bem estar animal.

Os animais se assustam muito com o barulho de fogos e rojões, pois sua audição é muito mais sensível que a nossa, e tendem a fugir do barulho e correm desorientados e sem destino. Assim podem ocorrer fugas com animais correndo sem destino e se perdendo; passam fome, sede e frio; sentem medo e podem ser atropelados e provocar acidentes graves; enforcam-se na própria coleira quando não conseguem rompê-la para fugir; atiram-se de janelas; batem a cabeça contra paredes ou grades;quando tentam saltar muros e portões.Podem ocorrer mudanças de comportamento - tornam-se agressivos ou passam a se assustar à toa, alguns cães têm ou passam a ter ataques epiléticos.

Os gatos ouvem freqüências de até 65 kHz, enquanto os humanos ouvem até 20 khz. As orelhas dos gatos têm movimentação independente e podem girar até 180 graus para melhorar a captação do som. Por serem animais predadores na natureza, as orelhas dos felinos têm uma função muito importante, pois possuem 32 músculos (enquanto o dos humanos possui apenas seis) responsáveis pela movimentação que colabora com a audição da maior freqüência. Os seres humanos são capazes de alcança de 20 Hz a 23.000 Hz de freqüência auditiva enquanto que a freqüência de um cão de audição é de 40 Hz a 75.000 Hz. Esta freqüência de audição significa que as orelhas do cão são inundadas com os sons. Comemorações com fogos de artifício são traumáticas para os animais, cuja audição é mais apurada que a humana e, segundo pesquisas, são capazes de pressentir eventos sísmicos importantes.

Devido à ocorrência dos fogos de artifício, os cães latem em desespero e, até, enforcam-se nas correntes. Os gatos têm taquicardia, salivação, tremores, medo de morrer, e escondem-se em locais minúsculos, alguns fogem para nunca mais serem encontrados. Há animais que, pelo trauma, mudam de temperamento. As vítimas não são apenas os animais domesticados. Os animais silvestres e selvagens, que vivem soltos na natureza também sofrem. Mesmo em silêncio, já que quase ninguém percebe ou vê a ação nociva que um rojão pode causar numa localidade de mata. Não devemos nos esquecer dos pássaros, pequenos mamíferos, lagartos, morcegos, insetos, etc. São muitas as espécies prejudicadas.

Tanto o clarão como a explosão dos fogos e bombas, os matam do coração ou por estresse. Ao tentar fugir ficam desorientados e, principalmente as aves, batem em obstáculos. Em pesquisa, já foi comprovado que um sabiá leva três dias para voltar a cantar após um espetáculo pirotécnico. As aves, e outros animais, mudam seus comportamentos, alteram a rotina e, muitas vezes, a situação provoca a sua migração e também a alteração de seu ciclo reprodutor, ou a morte.

Na colônia pública de gatos do Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, os voluntários que os alimentam e castram durante todo o ano, costumam se organizar para oferecer um lar temporário durante a noite de queima de fogos. Conhecendo bem os animais, o grupo seleciona os frágeis, sensíveis ou recém abandonados e os dividem em hospedagens em suas próprias casas, evitando muitas mortes e grande sofrimento. Esta providência simples e pouco onerosa pode ser adotada por pessoas que desejem prestar esse serviço voluntário de compaixão para com animais que já vivem uma triste situação de abandono. Infelizmente a fauna silvestre não pode contar com essa ajuda, embora muito afetada pelo barulho. E assim, continuam os voluntários a prestar serviço aos pequenos cidadãos, suprindo o que seria da competência dos órgãos do governo, que além de não o fazerem não levam em conta os problemas ambientais ao programar e escolher os locais de queima de fogos.

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