Impacto ambiental é tudo aquilo que o homem faz que altere o meio ambiente sejam eles bons ou ruins, nos casos dos óleos e graxas trazem grandes prejuízos quando há derramamento seja no mar, rios ou até mesmo no solo. Muitos já ouviram falar sobre o assunto, mas como são produtos de uso diário não dão tanta importância ao assunto e acabam descartando de forma incorreta os resíduos destes produtos. Estruturas físico-químicas do contaminante Ácidas e Graxas
Óleos são neutros, de natureza apolar (não polar), e são concomitantemente hidrofóbicos (fobia de água), por não interagirem com a água, e lipofílicos (afinidade por lipídios), por serem solúveis em outros tipos de lipídios (óleos, solventes orgânicos). Os componentes mais expressivos dos óleos e gorduras são os triglicerídeos e suas propriedades físicas dependem da estrutura e distribuição dos ácidos graxos presentes. Os óleos e gorduras naturais podem ser os únicos constituintes de um produto ou podem fazer parte da mistura de diversos constituintes em um composto. Existem casos, entretanto, que se torna necessário modificar as características desses materiais, para adequá-los a uma determinada aplicação. Portanto, o setor industrial de óleos e gorduras tem desenvolvido diversos processos para manipular a composição das misturas de triglicerídeos.
A estrutura básica dos óleos e gorduras pode ser redesenhada, por meio da modificação química dos ácidos graxos (hidrogenação), pela reversão da ligação éster (hidrólise) e reorganização dos ácidos graxos na cadeia principal do triglicerídeo (interesterificação)
A hidrólise é geralmente conduzida sob pressão da ordem de 4,83 MPa e temperatura ao redor de 250 ºC, por um período máximo de 2 h, obtendo-se rendimentos entre 96 a 99%. Os produtos resultantes são ácidos graxos extremamente escuros e uma solução aquosa rica em glicerol, que necessitam ser redestilados para remoção da cor e de subprodutos. Depois da destilação, alguns desses produtos encontram aplicação direta e outros são quimicamente processados, fornecendo uma variedade de outros produtos.
O processo de interesterificação é normalmente empregado para modificar as características físicas e propriedades das misturas de óleos e gorduras, por meio da alteração da distribuição dos grupos glicéricos. Nesse processo, catalisadores químicos alcalinos como sódio metálico e metilato de sódio são usados para promover a migração dos grupos acila, de modo que os produtos formados sejam misturas de resíduos acila de ácidos graxos, distribuídos aleatoriamente. O processo é conduzido em grande escala, em regime descontínuo ou contínuo, em temperatura de 260 ºC e pressão de 5 MPa, particularmente, para produção de gorduras usadas em margarinas.
Sem levar em consideração os outros processos existentes, como hidrogenação e fracionamento, pode-se afirmar que as limitações na obtenção desses produtos estão associadas aos tipos de catalisadores químicos empregados, que são pouco versáteis e requerem altas temperaturas para atingir razoável velocidade de reação. Além disso, possuindo baixa especificidade, geralmente fornecem produtos de composição química mista ou contaminada, que requerem uma etapa posterior de purificação.
FONTES DE CONTAMINAÇÃO
O uso destes óleos é essencial na atividade humana por isso são inúmeras as fontes de contaminação por óleos e graxas, mas principais são as grandes indústrias, pois praticamente todo equipamento que trabalha com peças ou componentes em movimento necessita destes produtos para que não se desgaste tais peças, os mais comuns são os óleos lubrificantes usados não somente em grandes indústrias, mas em automotores, tratores, ônibus caminhões e outros.
Frigoríficos, empresas de laticíneo, abatedouros de aves, suínos e bovinos, fazem uso da água para diversos fins como lavagem de máquinas, tubulações, pisos e esgoto, em sistemas de resfriamento e geradores de vapor que contém óleos e graxas. Postos de combustíveis que não tem manutenção nos tanques ou não segue as normas de instalações ou retirada de bombas, tanques e/ou descarte correto na troca de óleos, podem contaminar o solo, lençóis freáticos e a rede de esgoto. O mesmo pode ocorrer com lava jatos e oficinas clandestinos que não tem local adequado para o descarte ou separação da água contaminada com óleos ou até mesmo na manutenção quando retirado do carro no processo de limpeza ou troca dos mesmos. O uso doméstico contribui no despejo de óleos usado na cozinha em rede de esgoto e os grandes desastres ambientais como o derramamento de petróleo em acidentes como ocorreu no Golfo do México em 2010 prejudicando não só o ecossistema marítimo, como também comunidades costeiras, onde milhares de famílias vivem da pesca. Acidentes terrestres podem ter derramamentos de óleos como tombamento de caminhões tanques.
Nestes processos de uso ou em situações acidentais os óleos e graxas acabam se degradando e no final pode gerar resíduos altamente tóxicos ricos em metais pesados, hidrocarbonetos e dioxinas lançadas em rios e córregos ou solos.
Graxa
Composição química: ácidos graxos com cálcio, sódio, lítio, alumínio, bário e magnésio. Seus aditivos têm propriedades antioxidantes, de resistência contra a água e outros solventes (caráter apolar, logo hidrofóbico).
Óleos
Composição química: variável de hidrocarbonetos (aldeído, ésteres, aldeídos, cetonas, fenóis e etc.).
O petróleo é um exemplo de óleo que é menos denso que a água, logo quando a derramamento desse composto, no mar, ele fica na superfície formando uma fina camada bloqueando a passagem da luz, impedindo a fotossíntese e conseqüentemente a oxigenação do ambiente aquático ocasionando morte de seres microscópios como plânctons e fitoplânctons base da cadeia alimentar dos seres aquáticos e outros como aves marinhas.
Além de prejudicar a cadeia alimentar, os animais sofrem intoxicações com o derramado do óleo, exemplo são as aves marinhas que ficam cobertas de petróleo, não conseguindo impermeabilizar suas penas, voar e nem regular a temperatura corporal, o que causa sua morte. Os mamíferos marinhos, também por não conseguirem realizar a regulação da temperatura corporal e a respiração, não conseguem se proteger do frio e acabam morrendo. Se algum animal ingerir esse óleo, isso pode provocar envenenamento em toda a cadeia alimentar. Mas se estes óleos usados ou contaminados se descartado corretamente pode ser reciclado para produzir óleo lubrificante básico fonte para elaboração de vários óleos e podem ser classificados como parafínico para produção de lubrificantes automotivos, ferroviários, marítimos, graxas lubrificantes e produtos farmacêuticos, já os naftênicos são para a produção de graxas lubrificantes, óleos para compressores, amortecedores e pode também ser usados como plastificantes de borracha.