Abate de jumento para "degustação" promovida por Procurador de Justiça
de Apodí, Rio Grande do Norte,
O abate de jumentos recolhidos das estradas onde vagam em estado de abandono, para ser servido em uma degustação pelo Promotor de Justiça da cidade de Apodi em 2014 levantou o enorme problema enfrentado pelos jumentos nordestinos.
Após décadas de trabalho duro ajudando o povo nordestino em suas tarefas diárias e sobrevivência, estes animais começaram a ser abandonados pelas ruas e estradas, muitas vezes trocados por métodos mais modernos para fazer o trabalho que eles faziam. O maior problema foi que o abandono além de ser crime previsto em Lei, foi feito sem qualquer planejamento mínimo, como castração e chipagem dos animais. Essa população cresceu sem controle, sem atendimento veterinário, e passando fome no semiárido nordestino. Com se não bastasse, ao vagar pelas estradas, sofriam frequentes acidentes, sendo atropelados e causando acidentes nas estrada. Imediatamente, os animais desvalidos passaram a ser um incômodo e os culpados por tantos acidentes.
A solução foi típica do Brasil, especialmente em cidades pequenas e/ou remotas: EXTERMÍNIO. Deste pensamento distorcido nasceu a ideia igualmente distorcida do Promotor de Apodi: resolver dois problemas de uma vez! Os jumentos deveriam ser recolhidos e abatidos para fornecer a alimentação de presídios e escolas.
Uma degustação foi orquestrada para convencer a população de comer jumento nada tinha demais, vista a resistência natural do povo em comer a carne de equinos, que, no entanto tem sua venda e consumo interno permitido por lei.
Felizmente no próprio nordeste onde muitos meios de comunicação e ativistas tais com a advogada Geuza Leitão de Fortaleza,se insurgiram contra a ideia. O caso ganhou as mídias sociais causando horror e protestos. Aos protestos juntou-se a Sociedade Vegetariana Brasileira e inúmeros ativistas.
O resultado foi que o Promotor foi chamado à Brasília pela Comissão de Meio Ambiente, e sua ideia foi colocada de lado, depois da audiência que contou com advogados e veterinários que apresentaram todos os motivos para que a ideia fosse abandonada. A advogada de Mossoró RN Vânia Diógenes além de participar desta comissão deu entrevista à rádio local explicando e informando o absurdo ético, moral e mesmo a impropriedade da carne para consumo da carne destes jumentos.
A advogada Vânia Diógenes de Mossoró, RN. Na defesa dos jumentos nordestinos
No entanto, a partir deste evento começamos a notar o crescente aumento das atividades governamentais A FAVOR DE APROVEITAR OS JUMENTOS ABANDONADOS COMO FONTE DE DIVISAS.
Desde então muitos ativistas tem lutado para que estes animais sejam respeitados, protegidos e para que sua população seja preservada.
Mas a luta por eles não acabou! A ameaça da China esta muito presente e ameaça também outros jumentos de diversos países em desenvolvimento, colocando a espécie em perigo ainda maior de extinção.