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Consumo de carne equina cresce.Brasil é exportador.

Já em 1961 o Deputado brasileiro Campos Vergal tentou a proibição do abate de cavalos em território nacional junto ao então Presidente Jânio Quadros, sem sucesso.

No diz respeito aos jumentos brasileiros, estão também na mira dos frigoríficos especialmente a partir do ano 2000. Mudanças sociais, abandono e falta de planejamento em especial na região nordeste do Brasil acabaram por gerar uma superpopulação de jumentos abandonados, que se reproduz sem controle, que não recebem cuidados veterinários e criam problemas nas estradas. Esta população desvalida, sem dono, e numerosa acabou por chamar a atenção de políticos locais juntamente com pecuaristas e donos de frigoríficos, que viu neles uma fonte de renda fácil a ser aproveitada na onda de importações chinesas de couro e carne de jumento dos anos mais recentes.

O jumento, por ser um animal de carga sempre teve um papel como tal na sociedade humana ao longo dos séculos, mesmo cumprindo este papel ainda hoje sua função como animal de carga tem diminuindo ao mesmo tempo em que seu lugar como fonte de carne para consumo humano tem aumentado. Historicamente, os produtos de origem asinina tais como carne, leite, queijo e couro são valorizados desde o antigo Egito. Recentemente muitos grupos na África consomem sua carne como fonte de proteína de baixo custo. Este lamentável panorama de exploração do jumento só tem aumentado. Mais uma vez o animal depois de explorado como força de trabalho, ao ficar velho, vira comida.

Juntamente com isso a África, Ásia e Oriente Médio cada vez mais entram na mira dos importadores chineses de carne e couro para fabricação do ejiao (remédio tradicional).

No Brasil, a venda de carne equina e de jumento é permitida por lei, mas o consumo é ínfimo, ao passo que o volume das exportações cresce continuamente, principalmente com destino ao Japão, Holanda, Bélgica e outros países europeus. Para atender ao mercado externo, que procura carne desossada, congelada e vísceras, ao mesmo tempo em que o mercado interno, que absorve subprodutos tais como couros, ossos e crinas. Os couros são vendidos no mercado interno ou exportados; as tripas são vendidas a fabricantes de linguiça.

Na Europa, as tripas de cavalo são muito utilizadas na indústria de salsicharia, intestino delgado, como o envoltório ideal para embutidos de primeira qualidade; o intestino grosso, devidamente preparado, é usado como envoltório para mortadela. Na Alemanha, as tripas de cavalo são vendidas secas; fígado, o sangue seco e algumas glândulas, são adquiridos por laboratórios fabricantes de medicamentos; as crinas são utilizadas por indústrias de escovas, pincéis e entretelas; os ossos e os cascos, depois de moídos, são incorporados a adubos.

No Brasil, não há sentido na criação de equinos somente para produzir carne. Assim, depende-se dos descartes; quando animais não são mais aproveitados para outras funções,quando se desiste de amansar determinados cavalos, quando são afastados do trabalho como animais de tração ou da reprodução. Ou seja, animais de descarte. Toda a produção é realizada através da compra de cavalos machucados durante provas de corrida ou em carroças e outros trabalhos forçados ou de cavalos velhos demais para realizar as tarefas que seus donos os forçam. Normalmente lotes de 20 a 30 animais com idade média de 12 anos.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, as exportações brasileiras passaram de US$ 34,1 milhões e 19.100 toneladas, em 2005, para US$ 6,772 milhões e 2.375 mil toneladas em 2012. A carne vai, basicamente, para França, Itália, Bélgica e Japão. A maior parte da produção do Brasil, 99%, é exportada para outros países, da Europa, principalmente Bélgica e Holanda, além de África do Sul Japão, China e Rússia.

Entre 2000 e 2008, ainda de acordo com o ministério, no auge dos embarques nacionais, o Brasil enviava para países como Japão, França, Bélgica, Holanda, Países Baixos, além da Itália quase dez mil toneladas de carne equina, e faturava em torno de US$ 27 milhões. Em 2011, o Brasil vendeu pífias duas mil toneladas, e no ano passado, que sinalizava o início de uma recuperação, 14% a mais. Os cavalos atletas não entram no corredor do abate, devido ao uso de medicamentos.

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