Nas décadas dos anos 1970/1980 ocorreu a primeira grande investida estrangeira contra o rebanho nordestino de jumentos, cuja carne, segundo ouvi dizer, era exportada para o Japão. Só não ocorreu a extinção da espécie no Nordeste porque o então Governador da Paraíba, João Agripino, proibiu a comercialização dos animais em seu estado e que por seu território passasse qualquer carga desses animais vinda de outros estados, destinada a frigoríficos. Foi quando o Ministério da Agricultura editou portaria proibindo o abate de jumentos aptos a se reproduzirem. Aí a matança acabou, mas o estrago tinha sido catastrófico para a espécie, conforme indicam os dados estatísticos.
Em 1967 a população de jumentos no Nordeste era de 4,5 milhões de cabeças. Em 1978 essa população havia sido reduzida para pouco mais de 1,2 milhão. No Rio Grande do Norte, no mesmo período, a redução foi de 180 mil jumentos para 52 mil!
Para as pessoas que não tiveram oportunidade de ler esse formidável livro esclareço que o Padre Antônio Batista Vieira faleceu em 2003, aos 83 anos de idade, era cearense, professor, escritor e jornalista, além de economista e administrador, formado pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foi deputado federal pelo Ceará (cassado em 16/1/1969 com base no Ato Institucional nº 5 de 13/12/1968). Ficou conhecido nacionalmente não só pela publicação de O Jumento, nosso irmão, mas também pela vigorosa liderança que exerceu na campanha em favor dos nordestinos flagelados pela seca de 1958, quando denunciou os desmandos dos serviços de emergência. Em 1960 seu nome ecoou no Brasil todo quando soltou sua voz para denunciar falcatruas com o dinheiro público antes e depois do arrombamento do Açude Orós em 1960.
Ouvi dizer também que o Governo do Estado pretende abocanhar (sim, abocanhar, conforme registra a Tribuna do Norte do último dia 11), — 20% do total das exportações de jumentos. Ora, serão exportados 25.000 animais por mês, o que significa que 5.000 seriam potiguares! De onde sairão tantos jumentos? Outra particularidade que as autoridades que assinam convênios ou entabulam negociações não revelam ao povo. Quanto os chineses vão pagar por um jumento?
Um amigo que acompanha a cotação de preço da carne de boi nos principais mercados do país, a quem transmiti os dados gerais de que disponho a respeito, ou seja, que o preço da carne de jumento corresponda a 50% do preço da carne de boi e que cada jumento exportado pese em média 60 quilos, o Rio Grande do Norte se atingir a sua pretensão máxima de exportar 5.000 jumentos vai faturar R$ 875.000,00 mensalmente. Uma ninharia, que quase nada representa para a economia do estado. Isso se o valor pago for mesmo o de 50% em relação ao preço da carne de boi. Mas não foi esse o preço pago na investida anterior do Japão. A carne de jumento era exportada ao preço correspondente apenas a 10% do preço da carne de boi. A prevalecer essa tabela, toda a exportação dos jumentos potiguares vai render a ridícula soma de R$ 177.000,00 mensalmente aos milhares de donos dos animais. Quanto arrecadará o Estado em impostos? Vale a pena tanto alijamento para tão pouco rendimento?
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/jumento-vira-produto-de-exportacao/214547
IUCN União Internacional para a conservação da natureza
•Declínio Populacional
- Extinta – 0%
- Criticamente em perigo < 20%
- Perigo - 50%
- Vulnerável - 20%
- Baixo risco
•O equus africanus está catalogada na lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN)
•Portugal está em risco crítico de extinção a raça Miranda
•Na Espanha está em risco crítico de extinção a raça Catalã.
Nacionalizada
A espécie Asinina é exótica
Raça Jumento Nordestino – Nacional
Espécies zootécnicas em perigo de extinção
FAO - Organização para a Agricultura e Alimentação
Das Nações Unidas
Sistema Econômico Latino-Americano (SELA)
Décadas de 50, 60 e 70 – dezenas de abatedouros no Brasil.
Hoje – consumo interno irrelevante
Motivação: antieconômico
Altos custos de produção
Critérios de abate e produção rígidos
Animal sem aptidão para o abate
Estudo de viabilidade Econômica
Investimentos: Abatedouros - SIF Lei Nº 7.889, de 23 de novembro de 1989 Lei 7.291 de 14 de dezembro de 1984 Decreto 96.993 17 de outubro de 1988
Para um animal capturado se gasta (cuidados, abate, exames, alimentação durante a quarentena e impostos) cerca de R$717,00.
SE toda a carne fosse vendida a preço de filé, o lucro seria de inferior a R$200,00 por animal, supondo a pré-existência de abatedouro e outras estruturas.
Para um animal criado e com tempo de abate de 24 meses
(cuidados, abate, exames, alimentação e impostos) Se gasta cerca de R$1867,00.
Se toda a carne for vendida a preço de filé, o prejuízo seria superior a R$800,00, supondo a pré-existência de abatedouro e outras estruturas.
Se todos os 50.000 asininos do RN (estimativa do IBGE) fossem abatidos renderiam um máximo, em condições ideais, de R$14,5milhões.
Inferior aos custos de adaptação de abatedouros e infraestrutura
A população não deseja porque é contra sua cultura
•As organizações não desejam, pois é antiético, ilegal ou põem a população em risco.
–Ongs, OAB-RN, CONDEMA-Mossoró, CESAN-RN.
•O mercado não deseja, pois o risco econômico é alto.
•O estado não deseja assumir a responsabilidade pela cadeia produtiva e consumo